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domingo, 20 de dezembro de 2009

Frustra ação

queria saber o que dá nessa cabeça
de encasquetar e teimar
no que não ferve
de buscar a lupa pra tentar ver
o que se enxerga à distância
ver nas entrelinhas e no rodapé
o nome da paixão do poeta
descobrir o cheiro que há
em bigodes semi-desconhecidos
saber pra onde vai o olhar do figurante
olhar pra onde a fumaça voa
voar pra onde se toca ali
só pra ter a certeza:
not good enough

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Moço lindo, acho que preciso falar contigo. Pedir desculpas de verdade: tenho te perseguido. Mas não de verdade: Só em sonhos, em conversas imaginárias, em ilusões, em cílios perdidos onde se faz um desejo. Peço desculpas: acho que nos vimos umas duas, três, quatro vezes, no máximo, e eu devo ter projetado algo muito grande em você e acabei me perdendo (e perdendo a noção), de verdade. Fico pensando que talvez vc "devesse" me querer por perto -tanto quanto eu quero te conhecer: de verdade, e de pertinho- como se fosse obrigado a gostar de mim. Tanta gente gosta, por quê você não gostaria? Porque não é obrigado. Achar que você irá se encantar por mim de qualquer maneira é pura vaidade, e o meu orgulho ficou ferido porque tenho tentado te puxar pra perto, tentado puxar conversa, tentado te chamar, mas nada... e é muito simples: se você quisesse, já teria me respondido. Já teria vindo.
Mas fico aqui me perguntando por quê essa fixação toda??? O que você tem demais? Não é só pela cor dos seus olhos de estrela, nem só pelo seu cabelo de leão, não é só pela calça engraçada, não é só porque você é capricorniano como eu, porque escreve coisas que fazem eriçar meus pelos, porque gosta dos meus filmes, porque estava no show do pearl jam no mesmo dia que eu, porque toca como eu, porque fala algumas coisas que me confundem demais (como aquela parte do... "então estou no caminho certo"...quando eu disse que atraio loucos) porque tem uma voz linda, porque é magro como a música do Lenine, porque é mais novo do que eu, porque sorri quando me vê depois de me reconhecer, porque vive sozinho e me faz ter vontade de te abraçar, porque já foi pra Alto Paraíso, por todas as coincidências e brisas, e muitos mais porquês, porquês e porquês, e o que me incomoda é que acharíamos vários porquês a mais se tivéssemos mais contato. Mas o porquê maior da minha obcessão é o seu não querer. A sua calma e frieza, a sua solidão estranha, o seu bit diferente do meu. O seu silêncio. Vou te contar um segredo: sou maníaca por rejeição. Te juro. E isso me faz mau pra caramba.
Não que não existam motivos para que eu também te rejeitasse: você é mais novo, não tem um rosto nem um corpo que sejam especialmente do meu tipo, tem um perfil do qual eu tenho tentado escapar. Você não me achou interessante, não se lembrou de mim da primeira vez que te vi, não me quis... te chamei pra tomar vinho, te liguei algumas vezes, mandei mensagem, te quis tanto perto, e você não me quis. Isso já é motivo suficiente pra eu seguir pra outro lado, oposto.

Aqui vou me desculpando por toda essa doideira. Aqui vou terminando. Mas no fundo, numa tentativa louca de que com estas palavras você me ache o mais louca possível, desvairada pela sua companhia e assim venha comigo, a chegar "à incompreensão sem fim" - veja bem: eu não quero namorar e nem casar, ainda nem sei se quero mais do que uma amizade grande e enorme, só quero ficar por perto. Sabe o que é pior? Eu não sou carente! Não sou, te juro. Talvez um pouco histérica, afobada, ansiosa, querendo atropelar os fatos, mas carente não... bom... aqui vou. Um beijo.



Resposta:



Querida amiga, não quis te magoar. Só quis deixar o tempo se encarregar e foi o que aconteceu. Mas você sim, parece que a qualquer momento vai tirar um triturador de gelo debaixo da cama e me atacar. E é por isso que me assusto, não é essa "grandiosidade" tanta que você enxerga em si. Sua paranóia me afastou, o tempo a afastou, a sua histeria me manteve longe, a facilidade em te ler me cansou, sua perseguição velada me incomodou por demais. Por favor, vade retro. Um dia a gente se encontrará, quando você estiver mais calma. Enquanto isso, pare de escrever sobre mim.

Sorte!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mosca Morta

Cansada de ser feita de otária e sorrir para quem me joga para baixo, resolvi mudar essa lógica de comportamento que me faz ser tão malvada comigo. Mas para tanto, preciso definir meus parâmetros, e, (que ironia, por gostar tanto de ser tão incontida, tão sem limites) preciso re-conhecer o que me faz mau. É tanto tempo (29 anos) vivendo sendo educada ao extremo, boazinha demais, que é difícil começar. Pra quem é assim, escolher uma pizza é um tormento ("qualquer uma tá bom pra mim, já que eu não como carne...") fazer as vontades dos outros é fácil, difícil é saber das minhas.
Começo pelas cores. Gosto do amarelo ovo, gosto do vermelho sangue, do rosa chiclete, do azul turquesa, do verde bebê bem clarinho, do verde água quase azulão, do preto. Não gosto de verde oliva, não gosto do rosa antigo. Não gosto do azul marinho também (com concessões), não gosto de laranjão,(também com concessões) ou seja... que difícil! Como é difícil assumir o que não gosto. Mas é um começo. Me sinto como uma ameba que não vive, apenas existe, fagocitando as coisas que vê.
Dos sabores... eu gosto muito de comer... pizza de shitake. Gosto de lasanha e de macarrão, gosto de pão fresquinho. Adoro nescau, mas gosto de toddy também. Gosto de queijo e de chocolate latu sensu e gosto das combinações com queijo e com chocolate. E gosto de coisas saudáveis, como, arroz integral, feijão azuki, granola, coisas com soja - juro. Agora vamos lá: o que detesto é repolho cru, salsinha e couve de bruxelas. Também não gosto de maçã na maionese. Nem de cheiro de couve flor cozinhando.

Mas o que mais me dói é ser ignorada. Não ser amada do jeito que penso que mereço (ah, a vaidade e o orgulho). Mas quem é que vai gostar de uma ameba?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Linguída

a língua, língua
perdi o nervo que língua o cérebro à fala
fala, fala
incontida

a saliva, saliva
figurante da minha linguagem
eco, oco
interpérie

a semântica, mantra
preocupei demais com entrelinhas
reverb, wawa
imprecisa

romântica patética, não te toco
te coloquei no palco e perdi a censura.

domingo, 29 de novembro de 2009


já sigo
te sigo faz meses
mas você não me dá bola
não me dá hora
não me dá letra, nem mesmo a sombra
não me dá nada
nem um pouco de tempo,
nem um dia conquistei

eu sigo faz tempo, e você, nada

mesmo eu tendo o meu timbre, minha corda
minha letra e o meu espaço
de tanta dor, me venceu pelo cansaço
entrei pro cordão do fracasso
e desisti, quero ser só
dei meu melhor sonho numa letra
pra ver seu sorriso de bolha
numa lupa, uma gota de água,
oráculo de cristal
um filme numa tarde,
seu cabelo de ouro no meu mamilo

assim, desisto de tentar te conhecer
acho que agora só conhecerei as letras
que você não imprimiu
(na foto, cachoeira da maromba, no parque nacional de itatiaia, no dia do meu aniversário 2/01/09)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

é veríssimo

porque a genialidade existe. Mesmo em 140 caracteres, ou menos!


LuisFVerissimo
" from web

No começo era eu. Só eu. Eu eu eu eu eu eu. Não existia nem a segunda pessoa do singular, porque eu não podia chamar Deus de "tu". Tinha que chamá-lo de "Senhor". Não existia "ele". Não existia "nós". Nem "vós". Nem "eles". Só existia eu.Não é que eu fosse um egocêntrico. E que não havia alternativa! Só havia eu e todos os verbos eram na primeira pessoa. Eu abri os olhos. Eu olhei em volta. Eu vi que estava num Paraíso. Eu perguntei "O que devo fazer, Senhor?", e Deus respondeu "Nada, apenas exista". E eu fui tomado pelo tédio. A primeira sensação humana. E perguntou Deus o que eu queria, e respondi: "Sabe que eu não sei?" E Deus disse que tinha me dado uma vida sem fim e um jardim de prazeres, E que eu esperasse para ver que espetáculo, que show, seria o Universo quando ficasse pronto. Tudo para mim. Só para mim! Eu pedi para nascer, pedi?", disse eu. E Deus suspirou, criando o vento. E pensou: "Filho único é fogo".

sábado, 14 de novembro de 2009

Musicio

A Lígia e a Luiza do tom
A Tigresa do caetano e da bethania
A Geni do chico
A Marina do caymmi
A Isabel do hebert
A menina veneno do ritchie
A menininha do vinícius e do wilson
A puro êxtase do barão
A burguesinha do jorge
A baby da rita
A foxy lady do jimi
A LA woman do jim
A girl do kurt
A Jenifer da courtney
A Sheena do joey


e por aí vai, soando, suando, no cio, espalhando


mulher!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

LIBERTINAGEM CCXXII


Clariceando (ou Kunderismos)


Por muito tempo fui hipnotizada pela vertigem. A tontura e a embriaguez do precipício, escadas em caracóis intermináveis com fundo de eco. A morte ali em baixo - petit mort, como diria Bazárov*. O coração pulsando forte de vida, embaralhado do descompasso de tirar o tecido do lugar, véu vibrando de loucura e medo, chamado ao chão pela gravidade.

Gravidade que nunca deixa a água derramar. Estou fascinada pela água. Pelo fluxo, pelos círculos de vibração quando atiro a pedra bem perfeita. Pedra sem limo, sem furos.

Porque mexi na água parada fétida do marasmo, inerte, e obriguei-me a pescar botas e pneus lá do fundo. Tudo por culpa da vertigem, com a bênção de Kundera, que leva o mérito por perder-me neste abismo dizendo que a vertigem não é o medo, mas sim, o desejo de cair.

Não quero uma lagoa. Não quero pântano. Tampouco uma bacia dágua como espelho. Quero a frieza da água de primavera que jorra da pedra, onde borboletas e escaravelhos moram e de onde a liberdade dos saíras coloridos se banha, onde o bem-te-vi-te-espia, bebe da mesma água que leva sua sujeira, o pobre.

Corredeira de transparência gelada que não deixa o coração parar, navalha afiada que opera a alma. Onda de prazer que vai, volta, vai, volta, vai, volta, se acalma e volta, sempre volta. Sempre. Sempre se renova, sempre se reinventa. É frágil mas voa até o céu, mora na nuvem.

Tem gente que acha que o fogo tem o arquétipo da intensidade. Eu não.




Piadas internas:


1) Porque saímos da água.


3) Mamãe Oxum, ou Sexy Yemanjá...

4) Água (Oxum) + Capricórnio (terra) = LAMA!



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Farewell


Tocar o puteiro é fácil, difícil é dar a descarga.



Não ficou muito de você

Seu espaço era mínimo, coisa pouca:

Cheiro na fronha, lavando sai

Colchão manchado (não sai, mas dá pra cobrir)

Algumas caixas de cigarro vazias

Duas camisas no cabide

E espaço, muito espaço.

Pergunto... o que mais?

Com algum esforço, encontro:

Cartas feitas à mão, (por mim, que fique bem claro)

Penduradas feito troféu

Letras miúdas, sinceras, hoje tão sem sentido

Bem mal lidas, mal interpretadas, mau amadas

Mal comidas e digeridas.

Alguns bilhetes de shows que vimos

mas... alto lá: isso é meu, muito meu.

Inclusive os nossos bons momentos:

Levou, junto com as manias ruins.

Só ficou espaço, muito espaço.



Vou fazer um baile!







Fiz a faxina do quarto opcional (que na verdade não é opcional, porque só cabe uma cama ali se for do tamanho de um colchonete pra camping, daqueles onde a gente dorme em posição fetal)
Foram 15 sacos de lixo de quinquilharia. Falando sério.
Mas olha: o bom é que agora tenho um mini-estúdio em casa. E espaço para fumantes e não fumantes. O que é bom. E a vitrola que ficou pra mim, na partilha, o que é ótimo. Mas melhor parte é que, um infinito de possibilidades se abriu assim que eu tirei o lixo pra fora de casa, assim como a vida opera seus "nãos" e não dá chance pra muita escolha, entre as poucas escolhas que me sobraram, estou ganhando ainda por poder deliberar o que será de mim.
E, a pergunta pungente: o que será de mim?
_ O que eu quiser!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Libertinagem pouca é bobagem


_Alô?? Oi, é a Bru, tô aqui na frente mas não sei bem qual é a sua casa...


_A vermelha. Vou abrir portão pra você.


_Oiê! Finalmente!


_Ooooi! Entra!


_Dá licença...


_Eu tô arrumando a bagunça; não liga não. Morar sozinho é foda, se eu não fizer, não tem quem faça...


_Pode crer. Se você conhecer minha casa vai ver que a zona impera... mas é só o reflexo da minha cabeça.


_Você é confusa?


_ Não, penso demais, e não faço nada. O mundo das Idéias impera. Fala muito alto. E eu acho que falta uma faxina às vezes, organizar as idéias, encaixotar tudo, etiquetar, empilhar. Meu mundo é desordenado, eu penso e sinto da mesma forma e perco o foco, aí quando quero me achar, não sei onde está meu coração nem a minha mente. Mas eu conheço muitas pessoas mais "limpas" que um centro cirúrgico e são verdadeiros caos, inseguras, imaturas, verdes, ácidas. Eu sou um doce cozido num tacho de cobre por horas.


_Há, boa essa!


_Meu... eu falo muito, não deixa. Vim aqui pra conversar, não só pra falar. Ou não. Quer ver um filme? Eu trouxe.


_Não, fala, eu gosto de te ouvir.


_Mas eu também gosto de te ouvir... mesmo sem nunca ter ouvido! Tá vendo? Eu falo muito. To invadindo a sua casa. Invadindo seu mundo e suas idéias. Me perdoa, acho que vou embora. Tô causando! Ai...


_Não, vem cá, senta aqui, vamos ver o filme. Qual é?


_Vinícius. Poeta que é poeta gosta... achei que você fosse gostar, mesmo se já tiver visto.


"Vai, sua vida... teu caminho é de paz, e amor...

A sua vida, é uma linda canção de amor..."


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Foto Recortada


em tempos modernos, ao invés de rasgar as fotos ou recortar com a tesoura, a gente pode cortar nos programas de computador, né, que sempre dá pra conservar a "originar" intacta. É assim que to me sentindo... cortando a foto, e mantendo a original intacta. Minha retina que fotografou.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Sou Gordinha II. Eu, eu mesma e a Mafê II

Prestes a entender o meu regime de engorda nos últimos 6 meses. Ontem fui colocar uma calça, e, com vergonha, tive que pegar uma do Emerson emprestada. Cinco quilos a mais devidos à:

1) vagabundagem expressiva
2) bebida em excesso
3) "café" em demasia. E Cigarro também.
4) chutação de balde avassaladora
5) sono justo (claro, que é justo, oras, toma um Pondera só procê ver!)
6) preguiça latu sensu. Muita.

Tudo isso com a indignação de uma pessoa contra o seu metabolismo e a quixotesca tentativa de deixar a natureza se manifestar: "Ah, eu tenho tendência a engordar? vamo vê entonce!"
Mas isso terá fim. Um dia. Não quero ser uma balzaquiana feia. Entre ser uma gordinha engraçada e uma sarada mau-humorada, qual dos dois, hein?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

LIBERTINAGEM IV

Um reizinho para minha ilha e o dragão da paixão que mora nela

Mais um rei que chega ,
tira o chapéu e mira.
E o dragão acorda em sua ilha
cercada de lama quente e fétida.
É o seu piquete, sua luta
Dragão maldito e feiticeiro
Cheio de sons e palavras
Cheiro de mato e alfazema

Na ilha chegam náufragos
Bêbados de maresia
Sobreviventes de desastres
reportando tragédias,
encenando o desejo.
Ali se curam transtornos
Com cafuné e cobertor.

Dragão que traz o verde, a cor do meu medo.
Tirano!
Esmeralda perdida em um jogo de azar.
Reizinho... valete de espadas.
(quem perder, que lance a espada)

Entenda o que sei:
sua liberdade, seu bem.
Escrevo isto, majestade, para que saiba: somos da mesma matéria
carbono, água e fumaça
Já mandei nesta ilha por mais tempo
Se quiser, que dispute o poder.

domingo, 9 de agosto de 2009

LIBERTINAGEM III


Quando eu começo a imaginar diálogos, é complicado. Total WAKING LIFE. Mas... e se a realidade for triste??? Ah, que se dane. Na minha cabeça (e no meu sonho) você pode ser tudo, tudo, tudo que eu quiser.


O poeta... ando insistindo no poeta. De chapéu, cigarro. Olhar perdido num horizonte imaginário, um violão ou uma gaita. uma rabeca, talvez, e palavras, muitas palavras. Cáspita, quando me vejo adulta, percebo como são as coisas: difíceis de saírem do papel.

Eu, eu mesma e a Mafê - I


Tem duas Maria Fernandas. Uma é divertida, as duas são meio tristes. Uma é quase punk (mesmo: calça fedida, toda suja, tomando café numa cozinha imunda de ressaca, acendendo um cigarro) a outra é puro glamour. Uma é vagabunda, seu pensamento a preenche. Quase catatônica, mas faz os outros rirem. Outra produz, realiza. As duas choram. As duas são confusas e a todo momentum colocam à prova a escolha da roupa.

Mas as duas são obstinadas. Pela vida.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

LIBERTINAGEM II

Tanta coisa pra fazer, e eu aqui, pensando em paixão.

(Pensando no brilho do olho, no coração disparado, nas pernas que insistem em levar para lugares perigosos, espinhosos, escuros, só para abrir a caixa de Pandora...)

Após o REIZINHO, o poeta

Adoro dizer "não sei"
Me escusa de qualquer malícia,
Como se não soubesse do perigo.
Não sei quais são suas pintas, suas marcas, seus limites
Nunca olhei no teu olho de frente, pra saber das cores que tem pra me dragar.
E eu inspiro.
Inspiro infinito, entre impensáveis regras, você é a não regra.
Enquanto não te conheço, você é perfeito no meu travesseiro, no meu cheiro, no meu mundo.

ah... essa minha cabeça!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mamãe Natureza


Quero ser vagabunda em paz. Dane-se o valor social do meu trabalho. Dane-se minha celulite e minha saúde. Foda-se. Estou de férias de mim. Sério.

(mentalizando pra semana que vem começar a procurar emprego...)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

LIBERTINAGEM I


A VOZ OCEANDO DE HOMEM
BATENDO NAS CURVAS DE MINHA ORELHA
JORRANDO GOTÍCULAS DE OLHOS, E PELOS

Ah, o homem que eriça meus pensamentos.

as possibilidades

Novo modelo bloguístico revolucionário. Como o tempo que eu tenho não tem sido compatível com a minha vontade de escrever, siga os tópicos:

I - Mamãe Natureza
II - Libertinagens
III - Sou Gordinha

Em breve, mais alguns tópicos que eu não lembro agora. Memória de cafeínomaníaca.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Remeta-me à Suécia, please.

Lindo. Ando muito imatura estes dias. Muito mesmo. Sério. Tenho pensado muito, e não quero mais fazer nada, estou sonolenta e irritadiça. Tudo perde a graça, tudo me aborrece, não tenho mais vontade de fazer minhas coisas do dia a dia e de estudar. TPM dos infernos. Minha percepção fica alterada. E assim, algumas vezes, quando lembro de você, me vem coisas ruins na cabeça (outras mulheres, por exemplo) como se eu fosse inferior a elas. Minúscula, menor. E pensandodesta forma, sei que estou sendo. Isto é a mais pura auto-sabotagem. Ou seria auto-preservação?? No fundo, um medinho de me machucar?
Por favor, não se afaste de mim por isso, é só uma crise de insegurança. Não se afaste, não me julgue... só sou humana... E falo mais que a boca. Penso alto. Falo muito, coisas que nenhuma mulher feita deveria dizer a um homem. (Sabe, Lindo, demorei muito pra perder a minha virgindade porque sempre acontecia isso: eu falava demais. O cara se assustava com a minha articulação e desistia.) Este texto, por exemplo: nem deveria mostrar pra você. Mas eu sou assim, e acho melhor ser verdadeira. Se gostou, gostou, se não gostou, azar.
Nunca tinha me mostrado insegura pra você, né: sempre quis ser mais mulher do que pude, como se nada me abatesse. Pois pasme: também tenho meus dias. E também me sinto fraca. Tenho medo de não ser boa o suficiente. Em dias como esse, a razão foge, e numa projeção minha (claro, porque também não sou santa) eu sinto ciúme das mulheres que te cercaram. E cercam. Sempre. (será que você tá me achando uma fraude?)
Mas... eu aí lembro de tanta coisa boa que a minha postura "adulta" me trouxe! Lembro de quando conheci você. Lembro depois quando eu entrei na faculdade, da minha festa. Lembro de você me ligando do Rio; perto da formatura. Lembro dos anos seguintes, da faculdade, em como mesmo de longe, você se manteve presente, das broncas que me dava. Lembro do dia em que me disse que ia pra longe... da sua volta. Do telefone tocando quando você estava aqui, e meu corpo suava frio só de pensar em te ver. E hoje, quando você atravessa continentes para tirar o meu sono. Meu super-homem.
Já pensou se eu tivesse emburrado no primeiro obstáculo? Na primeira menina que depois de mim, passou por você? Se eu tivesse desistido por causa das suas sumidas? Eu não teria a bênção da sua presença no meu coração hoje. Lindo, tanta coisa aprendi com você. Desapego. Amor de verdade, amar a pessoa a ponto de querer o melhor pra ela, querer vê-la feliz. Soltar pro mundo como um bumerangue. Meu sentimento por você é assim: verdadeiro, do meu jeito. Somos loucos, né? Mas muitas vezes acho que você é uma das poucas pessoas no mundo que me entende. Nossa natureza é igual. A mesma forma, fomos feitos na mesma panela. Um doce de leite que é usado em receitas diferentes. E um dia, você me pega numa colher, no outro, você está no recheio do meu doce. E assim vamos, pra sempre. Um amor flutuante, sem peso, a lá "insustentável leveza do ser". Não tenho que ser eternamente feliz por isso?

ps: quando estou terminando este texto, o telefone toca, e é você. Não é incrível? Sei que foi este texto que atraiu a conversa da moça que falamos, mas que se foda, é só pra eu aprender a força da minha palavra. A partir de agora só vou pensar EM MIM E EM VOCÊ! Por anos a fio, sem cansar.

quinta-feira, 30 de abril de 2009


Esperadora


Uma vez não sei onde, (o tal do Alzhimer já está aqui também, assim como com a Prof. Lilian) li que só os pessimistas são felizes. Oras. Claro, né, eles já sabem que o pior provavelmente vai acontecer. Mas eu sou extremamente o oposto, não deixo de criar expectativa nas situações, pessoas, oportunidades.

Expectativa, expectadora... esperando, assistindo, sempre, os dedos trêmulos, a roupa balançando, tamanho descompasso do coração. E aí vem conselho de tudo quanto é origem dizendo: "calma, amiga, o seu tá guardado", ou então: "calma que uma hora dá certo", e o pior: "cuide do jardim, e assim a borboleta virá até você". À merda com a porra da borboleta. Vou é tacar fogo nessa bomba de jardim pros sapos irem embora, isso sim.

Mas enquanto não tenho fósforo nem gasolina... vou esperando, né?? Quem sabe?

crédito da foto: Papis, na pescaria, tentando entender como a máquina funciona. Não ficou sensacional??

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Só quero dormir

Eu me incomodo bastante pelo fato de dormir demais. Parece que quanto mais eu durmo, menos sinto: o quarto escuro, o cobertor me aninhando, a cama fofinha, e a vida parece ótima ali. Aí quando acordo, tudo parece melhor, mas o tempo passou e eu sonhei. Meus sonhos me satisfazem plenamente, e assim vivo sempre no meu plano das idéias particular, me enfiando em hipóteses e enganando o passar do relógio, vivendo uma realidade só minha. E irreal.
Mas tem dias em que só quero dormir. Única, exclusivamente,e urgentemente. Como uma droga. Eu olho a cama, a cama me olha. A dor do mundo é demais, o ônibus tava cheio, discuti com alguém, não alcancei uma expectativa, aí vem a vontade de dormir, morrer um pouco, e depois, como já estou bem treinada, vem o sono. Devagar, às vezes demora muito. Aí a respiração fica lenta, o aconchego que preciso me consola, o som da TV bem baixinho me acalenta. É auto-cura.
Assim como, existem dias em que preciso sair pra tomar sol, passar um perfume pra abraçar gostoso, ver gente, colocar uma roupa colorida, sentir a vida pulsando. Tanatos e Eros. Criei mecanismos para abafar a dor, mas também sei aproveitar a alegria quando ela aparece. E não é pra ser assim?
Agora me dá licença, vou tirar mais um cochilo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009


AO AMIGO QUE VAI MORAR SÓ


Pra fazer sua casa, tenha

Como companhia, o princípio

Como meio, a fé

E muito papel higiênico à mão


Construa seu castelo, por fim.

Não esquece dos fósforos e de fechar os gás

Colírio, talvez

Pagar a conta da locadora pra não ficar muito caro

E se lembre de sempre, sempre, sempre

Deixar todas as sugestões alheias pra trás...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pensamento do dia


Uma grande amiga minha psico-lôca me disse um dia: "enquanto houverem mães, haverão psicólogos"

E eu hoje penso: "o ar de quem se inspira é o desamor"

ou seja: a inspiração, vai e volta, passa e despassa, infla, murcha. Mas não quero tratar aqui do esmero e da lapidação de um texto... por que o sentimento tem que vazar de alguma forma.

Que se dane então. São os ventos que vem de dentro.







Um presente envelhecido

Pela distância do sentir

A força do pesar

Fortalecido pelo tempo

Que surge na pele

Banhada de Luz e Bronze


Um futuro afastado

Voando no cílio perdido

A linha do meu olho não nega

Sempre negro e direcionado


E esse passado

Que nunca passou

Um rio correndo em círculos

ps: Foto da Cachoeira Grande, em Pedra Caída-MA, em homenagem à Lívia, minha amiga amada, que casa agora, dia 09. Um dia estivemos aqui dentro, deste útero. Meu amor pra você e pro Mimi, gata!

domingo, 5 de abril de 2009

Um novo início



Eu apago letras como quem engole amendoim



Uma a uma

compulsivamente


sem sentir o gosto



Eu escrevo e apago, e isso me dá paz



Por que nunca vou apagar o que já disse



Ou cheirar sua mão



Ter seu íntimo.



E apagando letras, eu consumo o que pesa.
Não considere meu amor debilidade



Ou fragmentado do meu resto



Ele me pertence e me contém



Como um peixe contém um aquário.






Como tudo que faço, relutei demais para fazer este blog, com medo de ser só mais um mecanismo de vaidade ou apenas mais um entre tantos projetos que começo e não termino. Vamos ver no que vai dar??


Escrever passa a ser então minha cura. É o vômito, é a minha obcessão compulsão para ser escarrada ao ar. Boa sorte a todos nós.