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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Libertinagem, - I


Menos um porque é como se eu desaprendesse a bater a cabeça. Agora tenho cuidado e medo, como quem vai por um caminho pela primeira vez.
Mas não é a primeira vez. Olhando as placas decoradas de "Atenção" e sentindo o coração acuado, prestes a ser abatido, ando por uma rua onde já conheço os buracos no chão, ansiosa pela esquina onde vou me perder. Mas é diferente: me protejo mais, porque ando bem devagar. Vejo os avisos colados na parede e só percebo seus desenhos, obedecendo os desígnios da trilha.
Desígnios. Ignís fogo, desejo, deserto.
A verdade é que agora a incerteza me vem leve e arejada. Não carrego nada comigo. Não tenho como lutar e nem quero: que lindo ser presa e examinada. Por todos os poros, em todas as pintas e manchas, marcas do meu corpo. Duas lanternas azuis com manchas verdes a inquirir a minha pele, segurando os meus pelos. É a leveza e o peso. (Porque não vimos o filme, claro)
Leve como deve ser tudo que é bom, nem por isso menos grave. O peso de viver com intensidade e paixão e não querer perder nem um segundo: o peso do corpo nos meus quadris.
Mas é suave. Sem guardar pra mim, um só pedaço. Sem querer mais do que o amanhã ou mais do que o desejo de estar ali naquela hora, no espaço de uma gargalhada sem fôlego. Sem meias palavras ou meios olhares, sem mentir e sem forçar. Eu não sei se é amanhã nem depois, ou se é hoje, sei que é bom.

domingo, 23 de maio de 2010

Pergunta:

um olhar de certeza vale o quê, então?