Pesquisar este blog

domingo, 29 de novembro de 2009


já sigo
te sigo faz meses
mas você não me dá bola
não me dá hora
não me dá letra, nem mesmo a sombra
não me dá nada
nem um pouco de tempo,
nem um dia conquistei

eu sigo faz tempo, e você, nada

mesmo eu tendo o meu timbre, minha corda
minha letra e o meu espaço
de tanta dor, me venceu pelo cansaço
entrei pro cordão do fracasso
e desisti, quero ser só
dei meu melhor sonho numa letra
pra ver seu sorriso de bolha
numa lupa, uma gota de água,
oráculo de cristal
um filme numa tarde,
seu cabelo de ouro no meu mamilo

assim, desisto de tentar te conhecer
acho que agora só conhecerei as letras
que você não imprimiu
(na foto, cachoeira da maromba, no parque nacional de itatiaia, no dia do meu aniversário 2/01/09)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

é veríssimo

porque a genialidade existe. Mesmo em 140 caracteres, ou menos!


LuisFVerissimo
" from web

No começo era eu. Só eu. Eu eu eu eu eu eu. Não existia nem a segunda pessoa do singular, porque eu não podia chamar Deus de "tu". Tinha que chamá-lo de "Senhor". Não existia "ele". Não existia "nós". Nem "vós". Nem "eles". Só existia eu.Não é que eu fosse um egocêntrico. E que não havia alternativa! Só havia eu e todos os verbos eram na primeira pessoa. Eu abri os olhos. Eu olhei em volta. Eu vi que estava num Paraíso. Eu perguntei "O que devo fazer, Senhor?", e Deus respondeu "Nada, apenas exista". E eu fui tomado pelo tédio. A primeira sensação humana. E perguntou Deus o que eu queria, e respondi: "Sabe que eu não sei?" E Deus disse que tinha me dado uma vida sem fim e um jardim de prazeres, E que eu esperasse para ver que espetáculo, que show, seria o Universo quando ficasse pronto. Tudo para mim. Só para mim! Eu pedi para nascer, pedi?", disse eu. E Deus suspirou, criando o vento. E pensou: "Filho único é fogo".

sábado, 14 de novembro de 2009

Musicio

A Lígia e a Luiza do tom
A Tigresa do caetano e da bethania
A Geni do chico
A Marina do caymmi
A Isabel do hebert
A menina veneno do ritchie
A menininha do vinícius e do wilson
A puro êxtase do barão
A burguesinha do jorge
A baby da rita
A foxy lady do jimi
A LA woman do jim
A girl do kurt
A Jenifer da courtney
A Sheena do joey


e por aí vai, soando, suando, no cio, espalhando


mulher!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

LIBERTINAGEM CCXXII


Clariceando (ou Kunderismos)


Por muito tempo fui hipnotizada pela vertigem. A tontura e a embriaguez do precipício, escadas em caracóis intermináveis com fundo de eco. A morte ali em baixo - petit mort, como diria Bazárov*. O coração pulsando forte de vida, embaralhado do descompasso de tirar o tecido do lugar, véu vibrando de loucura e medo, chamado ao chão pela gravidade.

Gravidade que nunca deixa a água derramar. Estou fascinada pela água. Pelo fluxo, pelos círculos de vibração quando atiro a pedra bem perfeita. Pedra sem limo, sem furos.

Porque mexi na água parada fétida do marasmo, inerte, e obriguei-me a pescar botas e pneus lá do fundo. Tudo por culpa da vertigem, com a bênção de Kundera, que leva o mérito por perder-me neste abismo dizendo que a vertigem não é o medo, mas sim, o desejo de cair.

Não quero uma lagoa. Não quero pântano. Tampouco uma bacia dágua como espelho. Quero a frieza da água de primavera que jorra da pedra, onde borboletas e escaravelhos moram e de onde a liberdade dos saíras coloridos se banha, onde o bem-te-vi-te-espia, bebe da mesma água que leva sua sujeira, o pobre.

Corredeira de transparência gelada que não deixa o coração parar, navalha afiada que opera a alma. Onda de prazer que vai, volta, vai, volta, vai, volta, se acalma e volta, sempre volta. Sempre. Sempre se renova, sempre se reinventa. É frágil mas voa até o céu, mora na nuvem.

Tem gente que acha que o fogo tem o arquétipo da intensidade. Eu não.




Piadas internas:


1) Porque saímos da água.


3) Mamãe Oxum, ou Sexy Yemanjá...

4) Água (Oxum) + Capricórnio (terra) = LAMA!