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domingo, 4 de abril de 2010

Gostares

E quando me aparece um universitário, da mesma área que eu, aparentemente do bem, budista que entendeu quando eu falei que era materialista, (o que na verdade venho ultimamente falado que sou, acho... na verdade, o que tenho pensado de Deus é uma outra história. Mas aí no fim da expressão "materialista" quando noto aquele olhar de espanto contido e um balãozinho de pensamento dizendo "nossa, legal", eu explico meio orgulhosa que não consigo deixar de acreditar em Deus e na sincronicidade) "bem apessoado", para usar uma palavra do papai, e com iniciativa interessante, algo lá dentro dá errado. "A princesa torce o nariz". É um erro de fabricação do ser: quando se aproxima muito, fica acuado, desvia o olhar, nem que seja por alguns instantes. É o momento em que se mede o espaço, em que testamos nossos limites. Até onde posso ir, até onde ela pode entrar? Aí se escolhe entre ser verdadeiro ou uma fraude. É onde as idiossicrasias se revelam, e decido se é pior tolerar uma risada escandalosa ou um anel absolutamente ridículo e enorme, cafona. Uma barriga grande, uma bunda meio feia ou um jeito estranho de andar. Mas esse é o mais palpável: muitas vezes um olhar é determinante, uma palavra mau escolhida dá um tapa na cara do encantamento.
O limite entre o gostar de estar com alguém e gostar de alguém é ínfimo... e o pior: mesmo não gostando queremos ser adorados. Vaidade e orgulho, meus fiéis escudeiros.

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